COMUNICAÇÃO HUMANIZADA
- Malu Zamora
- 19 de mar.
- 15 min de leitura
Atualizado: 18 de abr.
FUNDAMENTOS, PILARES E BENEFÍCIOS PARA O SEU NEGÓCIO
Entenda por que a comunicação humanizada precisa ser levada a sério em sua estratégia de liderança e gestão de pessoas

COMUNICAÇÃO HUMANIZADA - INTRODUÇÃO
Você já conviveu com pessoas tóxicas em seu ambiente de trabalho? Já se sentiu intimidada pela comunicação agressiva de um colega de trabalho? Já perdeu oportunidades por não ter se comunicado de forma clara e sucinta? Já fugiu de um diálogo com uma pessoa difícil, julgando que assim estaria protegendo sua saúde mental?
Se respondeu sim a todas ou algumas dessas perguntas, vem comigo para entender e buscar alternativas para lidar com maestria nesses situações e aprimorar sua comunicação.
Recentemente li um texto muito elucidativo do OGlobo.Globo.com (04/11/2024) que destaca um aumento alarmante de 38% nos casos de "incapacidade devido à disfunção da atividade cerebral e comportamental" concedidos pelo INSS em 2023.
É impressionante que desde 2021, as doenças mentais como depressão e ansiedade ocupam a terceira principal causa de afastamento do trabalho. Dados preocupantes e que alertam que devemos fazer nossa parte, tornando nossa comunicação cada vez mais clara e autêntica.
Outro texto que julguei interessante foi de Rone Carvalho, em matéria para o G1 (14/08/2024), ela pontua que o Brasil enfrenta uma epidemia de burnout e outros transtornos mentais. Esses indicadores evidenciam a necessidade urgente de repensar nossas práticas, especialmente a qualidade da comunicação e dos relacionamentos corporativos.
Embora vários fatores contribuam para os transtornos mentais, a forma como nos comunicamos e interagimos pode criar ambientes saudáveis ou tóxicos. Quando a toxicidade prevalece, a competitividade, a agressividade e a reatividade geram desconforto e desencadeiam problemas mentais. Dados preocupantes e que alertam que devemos fazer nossa parte, tornando nossa comunicação cada vez mais clara, autêntica e humana.
A tecnologia e a ciência avançam a passos rápidos e pergunto: por que nossa comunicação e comportamento não acompanham essa evolução? Por que ainda criamos tantos conflitos com o modelo de comunicação instintivo que persiste em nossa sociedade? Para entender é essencial a exploração do que é cultura.
Várias são as perspectivas sobre o tema cultura, mas, considero que a filosófica oferece clareza ao citar que o ser humano é simultaneamente produto e produtor da cultura. Ele é moldado pelos valores e normas de sua sociedade e contribui para a transmissão dessas práticas e sua eventual transformação.
O valioso educador Edgar Morin (1998) define a cultura como a marca fundamental da humanidade. A cultura é tanto um produto da sociedade quanto uma força que a molda. Ela engloba as práticas e experiências coletivas humanas. Os seres humanos dependem da cultura para se tornarem plenamente humanos. Somos frutos da cultura e alimentamos essa mesma cultura.
Bom, essas informações possibilita o entendimento sobre a profundidade da influência cultural no comportamento humano e a dinâmica contínua entre preservação e mudança cultural. É como podemos quebrar esse ciclo implementando uma comunicação mais humanizada, consciente, dialógica e intencional?
Simples, substituímos a comunicação reptiliana, baseada nos instintos de sobrevivência, por um modelo que prioriza a conexão e a compreensão, um modelo com intenção.
Antes de aprofundar o conceito e os benefícios da comunicação humanizada, considero imprescindível explorar as características da comunicação reptiliana.
1. EVOLUINDO DA COMUNICAÇÃO REPTILIANA PARA A COMUNICAÇÃO HUMANIZADA
1.1. Comunicação Reptiliana
Como sou uma fã fervorosa do ser humano, há muitos anos venho estudando nosso cérebro. Esses estudos me trouxeram a compreensão da comunicação reptiliana, que é fundamentada na neurociência e psicologia. Essa comunicação refere-se à forma como nos comunicamos guiados pelo instinto de sobrevivência. Este tipo de comunicação é comandado pelo complexo reptiliano do cérebro, que é a parte mais antiga e primitiva do nosso sistema neurológico. Esse complexo inclui o tronco encefálico e o cerebelo, responsáveis por funções básicas de sobrevivência, como o controle da respiração, os batimentos cardíacos e as respostas automáticas a estímulos.
O termo "reptiliano" é utilizado devido à semelhança dessas estruturas cerebrais com as dos répteis, que operam predominantemente com base no instinto de sobrevivência, com pouca influência de emoções complexas ou pensamento coerente. Dessa forma, a comunicação reptiliana é caracterizada pela resposta de luta ou fuga, ativada quando a pessoa se sente ameaçada. Nessas situações, o cérebro reptiliano assume o controle, resultando em respostas automáticas e involuntárias. Fique atento: essas reações são reativas e não intencionais, frequentemente dificultando o diálogo e a negociação.
Como não concordar com os neurocientistas quando dizem que a comunicação e o comportamento reptilianos são automáticos, pois não passam pelo pensamento consciente.
Eles são involuntários, provocados por reflexos e instintos, focados na proteção imediata, ou seja, são defensivos. Além disso, ao dificultar a colaboração e o entendimento mútuo, tornam-se não negociáveis.
Você pode estar se perguntando: Certo, já entendi o que é comunicação reptiliana, mas o que exatamente é comunicação humanizada? Quais são as técnicas, ferramentas e movimentos que a inspiraram? Vamos explorar o que é comunicação humanizada, suas bases e seus pilares a partir daqui.
1.2. Comunicação humanizada
Ao estudar a comunicação reptiliana, me conscientizei que ao usá-la nos comunicamos e comportamos como primatas, não utilizando a parte racional do cérebro, o neocortex. Na minha concepção, se nascemos com essa parte cerebral é porque podemos e devemos utilizar, certo? Comecei a construir na minha cabeça um caminho para tornar nossa comunicação mais humanizada, em um movimento do meramente instintivo para o consciente e colaborativo. Claro que nosso reptiliano continuará nos tirando e protegendo dos perigos. Mas, nossa comunicação e comportamento pode se basear em cinco pilares: A comunicação humanizada baseia-se em cinco pilares: Autoconsciência e Autoconhecimento; Transparência e Escuta; Colaboração e Foco na Solução;
Desenvolver a comunicação humanizada exige autoconhecimento e disposição para crescer continuamente. Requer uma abordagem transparente, inclusiva e gentil, valorizando o ser humano em sua totalidade. No meu ponto de vista, ser autêntico e transparente exige muita coragem, pois muitas vezes somos doutrinados a falar o que o outro espera, mesmo que nos prejudique. Minha sugestão: ouse ser autêntico e transparente com muita empatia e respeito por você e pelo outro.
Tivemos uma ideia sobre a comunicação humanizada e agora convido você a embarcar em uma jornada fascinante para desvendar as bases que inspiraram a comunicação humanizada. A primeira técnica é a Assertividade. Que me cativou profundamente no final da década de 1970, quando era aluna de Psicologia. Essa abordagem não apenas aprimorou minha clareza na comunicação, como, também promoveu relações mais saudáveis e autênticas e, é por isso que utilizei como base e a compartilho com você.
2. TÉCNICAS E FERRAMENTAS QUE CONTRIBUEM COM A COMUNICAÇÃO HUMANIZADA
2.1. Contribuições da Assertividade para a Comunicação humanizada
Pesquisei a origem da palavra "assertividade", vem do latim "asserere", que significa "afirmar", "manter", "clamar por direitos" ou "declarar". Uma pessoa assertiva se comunica de maneira clara e direta, sem contradições, promovendo uma comunicação transparente e honesta. Seu "não" ou "sim" reflete genuinamente o que sente.
A assertividade fortalece o respeito mútuo, reconhecendo e valorizando os direitos e sentimentos de todos. É libertador expressar nossa verdade interior e permitir que os outros façam o mesmo. Essa atitude nos torna mais autoconfiantes e empoderados, preparando-nos para mediar conflitos e buscar soluções colaborativas. Pensa bem o quanto é custoso não expressar o que nos incomodou, quando isso acontece “engolimos um sapo gigante”, que nos faz muito mal e prejudica nosso amor-próprio e nossa autoconfiança. Será que vale a pena?
Considero que não, afinal a assertividade favorece o desenvolvimento da empatia, a construção de relacionamentos saudáveis, a redução do estresse e proporciona uma vida mais leve, eficiente e produtiva.
Agora, convido você a explorar uma técnica inspiradora: a comunicação não violenta. Tive o privilégio de conhecer essa abordagem transformadora no final da década de 2000, durante um curso ministrado por Marshall Rosenberg no OSHO International Meditation Resort em Pune, Índia.
Eu sempre agradeço essa experiência que me fez repensar a forma como me comunico e me comporto, além de identificar as violências sutis, normalizadas pela cultura. Um exemplo: “Ontem você disse que ligaria e não ligou, e eu fiquei sem dormir de preocupação.” Com esse discurso, a pessoa está estimulando o outro a sentir culpa por não ter dormido, quando poderia ter ligado. Agora, vamos à técnica.
2.2. Contribuições da Comunicação não violenta para a Comunicação humanizada
Marshall Rosenberg estava muito inspirado quando criou a Comunicação Não Violenta (CNV), que é muito mais um "jeito de ser" do que uma técnica, impactando profundamente a comunicação humanizada. A empatia e a compreensão na CNV incentivam a escuta ativa e abrem espaço para a compreensão profunda de sentimentos e necessidades, criando conexões emocionais e diálogos claros.
A técnica tem quatro componentes fundamentais: Observação sem julgamento, que consiste em observar os fatos sem interferência de vieses inconscientes ou preconceitos, sendo essencial para entender o fato e o sentimento que ele gera; Sentimento, que envolve identificar o sentimento gerado pelo fato observado; Necessidade, que se refere à compreensão da necessidade que originou o sentimento; e Pedido, que é a expressão do desejo baseado na necessidade identificada.
Esses componentes fornecem dicas precisas sobre como lidar com os fatos, nossos sentimentos e necessidades. Eles ajudam a fortalecer relações, promovendo mais consciência, autorresponsabilidade e ambientes colaborativos, além de reduzir comportamentos defensivos e agressivos. A CNV pode transformar interações e promover uma cultura de entendimento e respeito mútuo, que é essencial para a comunicação humanizada.
Na próxima exploração, vamos falar sobre a importância do movimento de diversidade e inclusão. Esse movimento começou no final da década de 1970 e se fortaleceu muito nos últimos anos. Ele busca eliminar estereótipos e celebrar a singularidade de cada pessoa, que é uma das bases essenciais da comunicação humanizada.
2.3. Contribuições do movimento da diversidade e inclusão
Como uma pessoa sênior, acompanhei diversas lutas que impulsionaram e ainda impulsionam o movimento de diversidade e inclusão. Essas lutas incluem os direitos das pessoas com deficiência, dos neuroatípicos, o movimento feminista, a defesa das minorias raciais e étnicas, o movimento LGBTQ+, a igualdade de gênero, os direitos dos imigrantes, a defesa do meio ambiente e o combate ao etarismo.
Tivemos períodos de avanços e retrocessos, mas é nítido o crescimento contínuo do movimento para criar ambientes onde todas as pessoas sejam valorizadas e tenham acesso a oportunidades iguais, independentemente de suas diferenças.
É fundamental fazer a distinção crucial entre diversidade e inclusão. Diversidade refere-se ao respeito pela variedade de atributos de indivíduos e grupos. Nas organizações, isso implica incluir minorias em ambientes historicamente dominados pela maioria. Renovada pesquisadora, Maria Tereza Leme Fleury, especialista em Estratégia Internacional e Gestão Competitiva, afirma: "Diversidade envolve aspectos como sexo, idade, grau de instrução, grupo étnico, religião, origem, raça e língua. É um mix de pessoas com diferentes identidades interagindo no mesmo sistema social."
Inclusão é o esforço consciente de criar práticas organizacionais onde grupos e indivíduos de diferentes origens são aceitos, bem-vindos e tratados com equidade, segundo Fleury.
Isso envolve acolhimento, igualdade de oportunidades, participação ativa e respeito à diversidade no ambiente corporativo. No entanto, mesmo com a prática da diversidade, muitos profissionais ainda enfrentam exclusão devido a barreiras físicas, comunicação deficiente, preconceitos, estereótipos, falta de treinamento, políticas inadequadas, falta de apoio emocional e uma cultura organizacional rígida.
Agora, vamos explorar a importância da inclusão no ambiente corporativo com segurança psicológica, que é uma das bases da comunicação humanizada. Isso garante que todo profissional se sinta seguro e valorizado.
2.4. Contribuições da Segurança Psicológica para a Comunicação Humanizada
Muito apropriada a definição de segurança psicológica da Professora Amy Edmondson, da Harvard Business School, como “a crença de que um membro de uma equipe não será punido ou humilhado por expor ideias, dúvidas, preocupações ou erros, e que a equipe está segura para assumir riscos interpessoais."
Este conceito tem se tornado cada vez mais importante no mundo dos negócios e na gestão de pessoas. Ele é crucial para o sucesso de profissionais, equipes e organizações. Sentir-se seguro para assumir riscos, expressar opiniões, compartilhar ideias, admitir erros e tirar dúvidas, sem temer rejeição ou represálias, é fundamental para um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
Não há nada mais triste do que alguém rir ou ironizar uma sugestão que oferecemos para um processo ou projeto, sem sequer analisar as possibilidades. Isso realmente dói muito. Também precisamos estar atentos para não termos esse comportamento com os outros. A empatia e o respeito mútuo são fundamentais para criar um ambiente colaborativo e inclusivo
Os principais aspectos da segurança psicológica são fabulosos: confiança mútua, respeito, empatia, abertura, transparência, suporte e cooperação, além da valorização do erro como aprendizado. Assim criamos um ambiente de segurança psicológica, tão essencial para promover inovação, criatividade e desempenho.
Todas essas técnicas e movimentos contribuem para a comunicação humanizada. No entanto, falta a cereja do bolo: o Método Ikigai. Conheci o método superficialmente há alguns anos, mas me aprofundei em 2024. Essa abordagem beneficia a comunicação humanizada e transforma a vida e a carreira em algo mais consciente e intencional, trazendo leveza e bem-estar aos profissionais e, consequentemente, às suas interações organizacionais.
2.5. Contribuições do Método Ikigai para a Comunicação Humanizada
Antes de falar sobre o método, vamos entender o termo Ikiga, que é um conceito japonês fascinante que nos convida a refletir sobre a essência de uma vida plena e significativa. Traduzido como "razão de ser", o método é frequentemente associado à longevidade e felicidade, especialmente em Okinawa, uma das regiões mais longevas do mundo. Ele oferece uma abordagem transformadora para encontrarmos propósito e harmonia em nossas vidas.
O ikigai está na interseção de quatro elementos fundamentais: o que você ama, que são suas paixões e interesses, aquilo que desperta entusiasmo e alegria; em que você é bom, que são suas habilidades e talentos desenvolvidos ao longo da vida; com o que você pode ser pago, que é sua profissão ou vocação, garantindo sustento e estabilidade financeira; e o que o mundo precisa, que é sua missão e o impacto positivo que você pode gerar na sociedade.
Alinhar esses elementos traz equilíbrio e realização, transformando cada dia em uma oportunidade de crescimento e autenticidade. O ikigai vai além de uma filosofia; é um guia prático para abraçar o presente com gratidão e fazer escolhas conscientes, alinhadas aos nossos valores. Além disso, o método valoriza relacionamentos saudáveis, a gratidão e uma visão otimista da vida. Ele nos incentiva a encontrar beleza nas pequenas coisas, apreciar o momento presente e manter uma mente aberta para o aprendizado contínuo.
Essas são as bases que utilizei para construir a comunicação humanizada, que pode ser aplicada em todos os espaços onde ocorrem interações, especialmente nos ambientes corporativos. Agora chegou o momento de apresentar os quatro pilares da Comunicação Humanizada. Vamos lá!
3. PILARES E BENEFÍCIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANIZADA
Construí a metodologia da Comunicação Humanizada com base em técnicas modernas, assim como na experiência como pessoa, psicóloga, gestora, professora e palestrante.
O foco da comunicação humanizada é destacar a importância de interações autênticas e empáticas em todos os aspectos da vida. O objetivo é fortalecer os relacionamentos intrapessoais e interpessoais, melhorar a compreensão mútua, promover a colaboração e aumentar a produtividade. Isso permite que nossos relacionamentos, parcerias, negociações e resultados pessoais sejam produtivos em todas as áreas da vida. Fica ótimo assim, não é? Então, vamos conhecer seus cinco pilares.
3.1. Pilares da Comunicação humanizada
Pilar 1: Autoconsciência e Autoconhecimento
O primeiro pilar envolve a necessidade de fazer um turismo interior e percorrer a jornada do autoconhecimento para reconhecer emoções, padrões automáticos, reações instintivas e decisões impulsivas. É fundamental aprimorar a consciência, desenvolver o hábito de se observar e substituir as reações por ações pensadas, sentidas e avaliadas.
Admiro muito o neurocientista português Antônio Damásio, que considera o autoconhecimento essencial para alcançar a harmonia na vida, unindo racionalidade e emoção. Neocórtex e emocional trabalhando juntos nas tomadas de decisão.
Com este pilar aprimorado de forma contínua, você começará a cultivar relacionamentos mais saudáveis, beneficiando sua vida pessoal e profissional. É importante compreender que este pilar é primordial para o desenvolvimento dos demais.
Pilar 2: Garantindo Transparência e Escuta
Recentemente, vi alguns reels e memes do tipo: “se eu disser tudo que penso, não terei mais amigos” ou “se eu disser tudo que penso, serei preso”. Para desconstruir essas crenças, o segredo é ser transparente e conciso, evitando ambiguidades com uma comunicação honesta e assertiva. Lembre-se de que assertividade inclui empatia. Dessa forma, você cria um ambiente onde as pessoas se sentem seguras para compartilhar pensamentos e sentimentos, promovendo clareza e reduzindo mal-entendidos.
A transparência deve ser acompanhada da escuta ativa, utilizando atenção plena, contato visual e empatia para criar um ambiente de confiança. A escuta ativa envolve ouvir atentamente, sem interrupções, e responder de maneira que demonstre compreensão e interesse genuíno. Isso facilita a construção de conexões significativas e autênticas.
Fique sempre atento e alinhe sua postura, discurso e ações. Assim, você reforça sua credibilidade, tornando suas interações mais eficazes e impactantes. Essas práticas, segundo Carl Rogers e Richard Bandler, teóricos que admiro, beneficiam a resolução de desentendimentos e aprimoram a capacidade de se colocar no lugar do outro. Isso cria laços emocionais mais profundos, resultando em relações mais satisfatórias tanto no âmbito pessoal quanto profissional.
Agora é só começar a contribuir com um ambiente mais colaborativo e harmonioso, onde todos se sentem valorizados e respeitados.
Pilar 3: Centrado na Colaboração e na busca de soluções
Considero que o mundo não seria tão belo se não existisse a diversidade, pois cada indivíduo é único e merece ser respeitado, inclusive por suas decisões, desde que não restrinjam a liberdade de escolha do outro. Desenvolver habilidades sociais e emocionais é essencial para tornar a convivência mais harmoniosa, fomentando a colaboração e uma maneira pacífica de lidar com conflitos.
Quando sentimos que não temos poder para solucionar desafios, tendemos a nos focar no problema, até nos tornamos obcecados por ele. O problema ou desafio parece mais poderoso que nós. Quando isso acontece, não conseguimos parar de pensar nele, mas não com o objetivo de buscar solução. O salto quântico aqui é direcionar o foco para a solução, que tal?
Para isso, desenvolva uma abordagem proativa, voltada para encontrar soluções, e enxergue as dificuldades como oportunidades de crescimento e aprendizado. Também é viável estimular a busca por soluções colaborativas e criativas promove um clima em que todos se sintam capacitados a contribuir.
A implementação desse pilar incentiva a colaboração e a resolução pacífica de conflitos, criando um ambiente propício ao crescimento e à valorização de todos.
Pilar 4: Propósito como Centro das Interações
Vou começar falando da importância de estabelecermos propósitos para dar sentido e direção à nossa vida e projetos. Quando temos um propósito claro, podemos alinhar nossas ações e decisões, tornando nossa vida mais significativa e gratificante.
Quem passou pelos três pilares anteriores já possui recursos internos para estabelecer propósitos, que, em conjunto com uma comunicação transparente, colaborativa e focada na solução, promovem diálogos, negociações e soluções mais gratificantes.
Viktor Frankl, já citado neste texto, afirma que a busca por propósito é fundamental para a vida humana. Ele acredita que se comunicar com intencionalidade e significado permite o estabelecimento de conexões genuínas e profundas. Carl Rogers enfatiza a importância da responsabilidade pessoal, incentivando a confiança e segurança, enquanto Peter Drucker ressalta a necessidade de planejamento para alcançar os objetivos. E não poderia faltar Edgar Morin, que acrescenta a necessidade do desenvolvimento contínuo e da aprendizagem ao longo da vida.
Os quatro apresentam a receita para ter uma vida com significado: propósito, responsabilidade, planejamento e aprendizado contínuo.
Pilar 5: Respeito na convivência
Chegamos ao quinto e último pilar, que coloca o respeito como fundamental para uma convivência harmoniosa. Entender que o respeito é a base de qualquer relação saudável e deve ser cultivado em todos os aspectos da vida é crucial. Sem ele, não há como construir uma sociedade justa e solidária. Portanto, é essencial que tenhamos sempre presente a importância do respeito em todas as nossas interações e atitudes.
Primeiramente é necessário ter respeito por si mesmo ao reconhecer e apreciar sua própria dignidade e integridade. Aqui ressaltamos a importância de limites saudáveis e manter nossa autoestima.
Quando me respeito aprendo a respeitar o outro e a cultivar atitudes de respeito em relação ao próximo, independente das diferenças, para estabelecer relações baseadas em confiança e trabalho conjunto. Se reafirmo minha crença de respeito demonstro meu valor e demando tratamento digno, ao valorizar o outro
Olha só ao incorporar esses pilares e desenvolver a Comunicação Humanizada, podemos alcançar interações impactantes e bem-sucedidas que cultivam empatia, colaboração e produtividade no ambiente. Considero isso fascinante e libertador, e você?
3.2. Benefícios da Implementação da Comunicação Humanizada nos Ambientes Corporativos
É fato que o desenvolvimento da comunicação humanizada vai te diferenciar e gerar benefícios significativos para você, sua equipe e sua organização. A comunicação clara e empática aumenta a produtividade ao reduzir mal-entendidos e incentivar a colaboração.
Profissionais valorizados e respeitados tendem a ser mais engajados e comprometidos com o sucesso da organização.
Desenvolver uma comunicação humanizada e promover segurança psicológica permite a resolução de conflitos de forma pacífica e construtiva. Um ambiente que valoriza a diversidade e a inclusão é mais propício à inovação e criatividade, integrando diversas perspectivas e ideias. Assim, o bem-estar e a satisfação dos profissionais tornam o trabalho mais significativo e gratificante, aumentando o engajamento, a competitividade e a produtividade da empresa.
CONSIDERAÇÕES
Como vimos, implementar a comunicação humanizada no ambiente corporativo é um passo transformador, capaz de gerar inúmeros benefícios.
Desenvolver essa metodologia oferece a oportunidade de transformar a cultura organizacional, promovendo um ambiente mais colaborativo, saudável, eficiente e conectado às necessidades humanas e organizacionais.
Vamos desenvolver e aplicar todos esses pilares e usufruir desses benefícios? Estou à disposição para ajudar você, sua equipe e organização.

SOBRE MALU ZAMORA
Maria de Lurdes Zamora Damião é Mestre em Administração com especialização em Gestão de Organizações e Pessoas, também possui formação em Psicologia e Pedagogia. Com 37 anos de experiência na educação formal, corporativa e na gestão, é especialista em Consultoria de Recursos Humanos e certificada em diversas ferramentas, incluindo SHL Accredited Trainer Course, Coaching Assessment, Liberating Structures, Action Learning, Psych K, Coaching Holístico, IKIGAI, Master Avatar e Análise Transacional.
Coautora dos livros "Competência: a essência da liderança pessoal" e "Sobre Ser: histórias sobre empatia, autenticidade e aceitação" e "Sobre ser África". Apaixonada pela vida e cidadã do mundo, está engajada no projeto de criar uma sociedade mais consciente e empática.
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